maio 26, 2005

Capítulo 35 - A batalha final (1)

Nailo demorava a voltar com Enola, e a ansiedade começou a tomar conta de todos. Os ex-escravos, sentados em seus lugares no navio, olhavam fixamente para o capitão Engaris, aguardando a ordem para começarem a remar e sair de vez daquele inferno. Do lado de fora do navio, Batloc andava de um lado para o outro impaciente. Então todos os temores dos fugitivos se tornaram realidade. O som de passos vindos do túnel era um mau agouro aos ouvidos de todos. As figuras dos seis genasis que chegaram ao cemitério de navios fez com que todos estremecessem por dentro.
_ Então é aqui que vocês vieram parar!!! Malditos escravos, pretendiam fugir com esse navio velho? Preparem-se para receber o castigo. – a voz do genasi que liderava o grupo atingiu os heróis e os escravos como uma flecha atingindo a caça.
_ Batloc, você, nosso irmão nos traiu! Seu castigo será a morte! Vocês, os novatos que devem ter tramado tudo isso, também morrerão aqui, para servir de exemplo para os demais escravos! Preparem-se para conhecer seu destino final! – enquanto lançava o desafio aos heróis, o soldado gesticulava para um de seus companheiros, ordenando que fosse buscar reforços. – Você, suba até a mina e avise o Grande Teztal! Conte a ele sobre o navio e as ilusões, depressa!!!
Dois dos genasis partiram em disparada pelo túnel para buscar Teztal. As flechas lançadas por Legolas não os alcançaram, e os soldados restantes avançavam na direção dos fugitivos, armados de enormes manguais.
Batloc, na rampa de acesso ao navio, foi cercado por dois dos soldados, enquanto os outros dois subiam pela plataforma de madeira e entravam no navio. Os genasis invadiram o navio ameaçando todos que ali estavam com suas armas. Os heróis se posicionaram para defender a si e aos demais fugitivos. Os marujos, que já estavam em posição para remar, correram para a proa da nau, aglomerando-se uns sobre os outros, enquanto Loand tomava posição a frentes deles. Enquanto seus companheiros partiam para o combate com os genasis, o jovem paladino se pôs a defender aqueles que não tinham habilidade em combate com seu próprio corpo. Se algum dos soldados quisesse ferir algum dos ex-mineiros, teria que passar por cima dele primeiro.
Vendo Batloc cercado por dois inimigos, Legolas decidiu ajudar seu amigo genasi. Um flecha partiu de seu arco, cruzando o céu da gruta em alta velocidade, até atingir o torso do genasi no flanco esquerdo de Batloc. O homem de pele cobreada arrancou a flecha com as mãos, amaldiçoando o elfo. Antes que ele pudesse revidar o golpe, uma espada prateada, coberta de runas élficas, lhe abriu um segundo ferimento, ainda maior que o da flecha. Dentro do navio, Lucano comandava a espada espiritual com sua mente. Em suas mãos, o símbolo da deusa dos elfos brilhava.
Então uma sombra negra cobriu o rosto do clérigo enquanto ele se concentrava no conjuração da magia. Anix disparou de suas mãos um projétil mágico luminoso, que atingiu o rosto do genasi no exato momento em que ele se preparava para golpear Lucano com o mangual. Mesmo atingido no rosto, o soldado não recuou. Ergueu sua arma, girando a esfera de metal com rapidez. A arma foi de encontro ao peito de Anix, deixando no elfo as marcas dos cravos pontudos de metal. O corpo do mago se dobrou com a força do golpe. Enquanto cuspia seu sangue élfico no chão, Anix viu efeito devastador do ataque dos genasis. Batloc era um homem imenso, com quase dois metros de altura. Seu corpo vigoroso ficou todo manchado de vermelho sangue. Apenas dois golpes dos inimigos que o cercavam bastaram para rasgar sua pele bronzeada. A luta mal havia começado, e tanto Batloc como Anix já estavam gravemente feridos. O genasi ergueu seu machado relutante. Apesar de tentarem matá-lo, os seus adversários ainda eram seus irmãos. Mas Batloc não tinha outra escolha a não ser lutar. O genasi paladino começou a se defender dos ataques, sem ter intenções de ferir seus oponentes. Mas as cenas que ele presenciaria ali ao fariam mudar de idéia rapidamente.
Enquanto Batloc apenas se defendia, seus olhos testemunhavam toda a crueldade e força dos genasis. Squall estremeceu e recuou quase caindo quando foi atingido. O sangue escorria de sua cabeça pelo seu rosto, levando o gosto de ferrugem à sua boca. O jovem feiticeiro revidou o ataque com uma magia, mas o genasi parecia não se incomodar com os efeitos dos mísseis mágicos de Squall. Batloc já não tinha mais dúvidas. Pela primeira vez em sua vida, ele teria que matar.
Legolas continuava defendendo o flanco esquerdo de Batloc com suas flechas. Convocando seus amigos a atacar em massa o genasi até que ele caísse. Mas isso era impossível, pois os soldados já estavam no navio, atacando impiedosamente os heróis. Sairf se afastou do combate e entrou em um transe profundo. Enquanto a batalha se desenrolava, o mago murmurava palavras em idioma arcano num estado de concentração total.

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