maio 03, 2005

Capítulo 26 - Yczar reencontra a fé

A alegria tomou conta de todos neste momento. O plano havia dado certo. A vida de Elesin não fora dada em vão. O sacrifício do druida serviu para reacender a chama da justiça no coração de Yczar. O paladino estava de volta, pronto para punir o maléfico Teztal, era possível ver isso em seus olhos. Restava apenas confirmar uma coisa agora. Legolas colocou a mão dentro de sua bota e retirou de lá um pedaço de tecido de algodão puro. Incrustado nele, uma jóia verde brilhava refletindo a luz das tochas. Era uma jade. Com a jóia e o pedaço de algodão retirado do manto de Teztal, Guiltespin poderia conjurar a magia que permitiria aos escravos fugir. Enquanto o elfo guardava o objeto novamente em sua bota, Yczar insistiu na pergunta:
_ Quando será a nossa fuga?
Os heróis contaram ao paladino todo o plano de fuga e qual seria a sua participação no mesmo. Yczar ficou surpreso ao descobrir que o Destruidor de Mundos dormia sob Shinaipa Turud e hesitou por um momento ao saber que deveria despertar aquela monstruosidade. O paladino temia pelas conseqüências de tal ato. Ele ponderou por alguns instantes, para depois concordar com o plano. Yczar sabia que não havia outra alternativa para vencer Teztal, e sabia também que eles estavam muito longe do continente e que o monstro dificilmente chegaria até a costa de Arton. Yczar sabia também que ele não fugiria com os outros.
Os heróis ficaram revoltados com a constatação de Yczar. Todos queriam encontrar alguma forma de tirar o paladino da ilha junto com eles, mas ele se mostrava relutante em aceitar que mais alguém se arriscasse. Pensaram até em pedir ajuda para a amiga baleia de Enola, para que ela esperasse por Yczar na ilha.
_ Não, isso é impensável! – vociferou Yczar – Não quero nenhum de vocês próximos da ilha quando eu acordar o monstro. Não importa se são humanos, elfos ou uma baleia, não quero sacrificar mais ninguém aqui! Já basta o que aconteceu com o pobre Elesin, que morreu por omissão minha! Eu serei o único a ficar, mesmo que isso custe a minha vida! Além do mais, tenho que me redimir por permitir que Elesin morresse daquela forma horrível! Eu poderia tê-lo curado daquela doença, mas fraquejei em minha fé e não o fiz, preciso me redimir. E se Khalmyr permitir, nós nos encontraremos algum dia!
Não havia formas de convencer Yczar, e infelizmente ele estava certo. Qualquer plano para salvá-lo da ilha seria arriscado demais. Era mais importante pensar na segurança da maioria do que na de um homem só. Nailo mostrou o paredão de pedra no fundo da mina e contou ao paladino a história de Teztal, tal qual Enola havia contado a eles. O ranger disse a Yczar que por trás daquela parede deveria haver algum segredo sobre Teztal e que Yczar deveria tentar se refugiar lá dentro, quando o monstro estivesse destruindo a ilha. Yczar agradeceu a informação e disse que fingiria estar ainda sem a sua fé para que ninguém suspeitasse do plano de fuga.
Apesar de saberem que Yczar estava marcado para morrer enquanto eles estivessem fugindo, os heróis se conformaram com a situação. A voz calma e tranqüila de Ycsar, que não se alterava mesmo diante da possibilidade de morte, serviu como consolo para os heróis. Depois de cerca de uma hora, os soldados chegaram na cela e ordenaram que todos, inclusive Yczar, retornassem ao trabalho. O grupo se levantou, pegou as ferramentas e retornou às escavações na mina.
Os heróis passaram o dia fingindo trabalharem com afinco, poupando suas energias para quando a noite chegasse. Quando o manto de Tenebra finalmente desceu sobre Arton, os aventureiros desceram pelo túnel secreto e foram até a casa de Enola, para avisar a ninfa que a fuga seria dentro de dois dias. Os heróis reuniram todo o seu equipamento, Legolas alimentou seu coelho e o batizou de Lola, e todos partiram para a floresta.

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