maio 26, 2005

Capítulo 37 - A batalha final (3)

Os genasis atacavam agora movidos pelo desespero. Com seu grupo reduzido à metade, os homens de Teztal começaram a temer por suas próprias vidas, e passaram a atacar sem confiança e precisão. Legolas recebeu mais um golpe de mangual, e foi obrigado a recuar. Mesmo sem precisão, a força do genasi fazia diferença no ataque . Squall forneceu cobertura para o recuo de Legolas. Com suas magias de ataque, o feiticeiro conseguiu distrair o soldado por alguns segundos, tempo suficiente para seu companheiro se posicionar. Vendo a situação critica de seus amigos, Sairf lançou um feitiço em seu bastão, e correu até a direção do Genasi para golpeá-lo. Fora do navio, Batloc trocava golpes com um dos seus irmãos. Mesmo atingido, Batloc não estremecia ante os golpes de mangual do seu oponente, e golpeava de volta com seu enorme machado.
Legolas sacou mais uma flecha para ajudar Batloc. Enquanto mirava, soldado dentro do navio ergueu o mangual, pronto para esmagar o crânio do elfo. Anix reagiu em defesa de seu companheiro, lançando um míssil mágico no rosto do genasi. Squall reforçou o ataque de Anix com uma magia de mesma natureza, e Sairf se aproximou com seu bordão encantado e golpeou o estômago do genasi, dando tempo para que Legolas mirasse com precisão. O genasi tentou atingir o elfo, mas os inúmeros ataques que sofria, o impediram de ver o alvo. Legolas abaixou a cabeça, desviando do mangual e disparou. A flecha partiu em direção ao adversário de Batloc, atingindo-o no ombro direito. O soldado perdeu a força no braço atingido, baixando a gurada diante de Batloc. O genasi se abaixou um pouco em função da dor, desviando-se da espada espiritual de Lucano, sem se dar conta disso. Entretanto, não pode se livrar do machado de Batloc. O genasi paladino golpeou com força o peito do seu irmão de cobre, lançando-o no chão como uma bola rebatida. O soldado deu seu último suspiro, acusando Batloc de traição, e morreu sobre uma enorme poça de sangue.
Os guerreiros comemoraram a queda de mais um inimigo e começaram a atacar aquele que ainda restava em conjunto. Entretanto, o inimigo parecia ser o mais forte de todos os soldados, e nem as flechas de Legolas, nem as magias de Anix, Squall e Sairf, conseguiram atingi-lo. Ele ainda aparou a espada espiritual de Lucano com o cabo de seu mangual, e os encarou como se não temesse ninguém. Então a caverna começou a rugir e a tremer. Do teto, enormes rochas e estalactites despencavam sobre a caverna. Um rugido ecoou por toda a montanha, revelando o que se passava. Yczar havia despertado o Tarrasque. Batloc entrou no navio, pedindo perdão por ter que matar o genasi, com o machado nas mãos em posição de ataque. O paladino passou ao lado do inimigo, para se colocar entre ele e os heróis, sofrendo um golpe devastador no seu crânio.
_ Quem é que vai morrer aqui, seu traidor? – indagou o genasi num tom arrogante, ao ver Batloc cambalear após ser atingido.
Batloc ergueu se machado, segurando-o acima de sua cabeça, evocou o nome do deus da justiça, fazendo a arma brilhar como uma tocha.
_ Você morrerá meu irmão! Perdoe-me, e que Khalmyr julgue sua alma! – todos ficaram paralisados assistindo aquela cena. Nailo, Enola e Silfo que tinham acabado de descer o paredão e entrar na gruta, pararam espantados. Em pensamento, todos ali presentes torciam em coro, repetindo o nome de Batloc mentalmente. O machado se deslocou rápido como o vento, atingindo o peito do inimigo, que explodiu em sangue. O genasi caiu no convés do Liberdade, tingindo-o de vermelho, enquanto todos os ex-escravos comemoravam a vitória.
Nailo correu para o navio, colocando Enola, Silfo e Smeágol, já curado, dentro dele. Junto com Anix, os dois recolheram as armas e os corpos dos genasis e os atiraram no convés, enquanto a caverna ruía pouco a pouco.
Então o capitão Engaris deu a ordem que todos esperavam ouvir a tempos. “Remem”, gritou ele, sua voz ecoou por toda a caverna, enchendo de motivação as almas dos fugitivos. Todos os homens do navio começaram a remar num esforço conjunto para fazer o navio zarpar. Entretanto, algo estava errado. O liberdade não se movia. Engaris gritava para os remadores, pedindo mais empenho, mesmo assim o navio não se movia. A nau estava encalhada, presa entre as pedras da pequena baía subterrânea. Seus corações foram tomados pelo desespero, se aquele navio não saísse dali, todos morreriam, fosse soterrados, fosse pelas mãos de Teztal, fosse pelas mandíbulas do Tarrasque. Os heróis se juntaram aos remadores, num esforço vão de fazer a nau se mover. Enquanto concentravam todas as suas forças nos remos, algo surpreendente aconteceu. Enola, que até então tinha se mantido imóvel, caminhou lentamente até a proa da embarcação, sempre acompanhada por seu fiel protetor, Silfo. A ninfa chegou próximo ao gurupés do navio, erguendo seus delicados braços lentamente, deixou cair o manto que cobria seu rosto, revelando toda a beleza de seus cabelos dourados. Todos os homens do navio pararam maravilhados por um instante diante de toda aquela beleza. Enola sussurrou algumas palavras em verso, no idioma secreto dos druidas, fazendo com que das águas surgisse uma imensa baleia orca. O animal trazia em sua boca um tronco de árvore, firmemente preso entre seus dentes afiados. Enola apontou para as cordas nas laterais do navio e pediu por ajuda. Rapidamente, Anix, Legolas e Nailo agarraram as cordas e saltaram na água. Enquanto amarravam as pontas das cordas no tronco carregado pelo animal, Lucano, Sairf, Loand e Squall, faziam o mesmo dentro do navio, prendendo-o à baleia. Enola deu um comando, com sua voz doce e suave, e a baleia começou a se mover para frente. O casco do navio rangeu, como madeira sendo torcida.
_ Remem com todas as suas forças!!! – gritou o capitão aos marujos, enquanto o grupo de Anix subia a bordo.
O navio começou a se mover lentamente, soltando-se das pedras e saindo da gruta em desabamento.

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