maio 28, 2005

Capítulo 47 - O estranho Kopru

O grupo de aventureiros caminhou seguindo a fenda submarina por um longo tempo. Cerca de uma hora já havia se passado desde tinham saído do vilarejo sahuagin. Com certeza, um dos prisioneiros já estaria morto. Eles sabiam que o primeiro a morrer seria um dos piratas, conforme havia sido determinado pelo rei dos sahuagins. Entretanto, Yczar o Nailo podiam ser o próximo sacrificado. Eles se apressaram, nadando pouco acima do fundo do mar, até que chegarem a um local de solo extremamente pedregoso, cheio de rochas de variados tamanhos, que ocultavam a trilha o objeto arrastado.
Os heróis continuaram em frente, até que o chão voltou a ficar arenoso e a trilha pode novamente ser vista. Entraram em uma área coberta de algas marinhas. As algas amassadas e rasgadas, denunciavam a passagem do suposto objeto. Enquanto o grupo analisava o local em busca dos rastros, Uma estranha criatura surgiu, saída de uma caverna na parede do abismo, e se aproximou do grupo de maneira ameaçadora. Era um monstro que não lembrava nenhuma criatura conhecida, mas que combinava várias características familiares em uma única monstruosa aparência. Seu corpo lembrava vagamente o de uma enguia, mas terminava em três longas e flexíveis caudas. Seu tórax era quase o humano, e suas mãos no fim de dois braços musculosos, terminavam em garras afiadas. Sua cabeça crescendo diretamente de seu tronco, lembrava a de um peixe. Tinha grandes olhos sem pálpebras, e uma enorme boca rodeada por quatro tentáculos. O estranho monstro parou diante dos heróis, e começou a falar no idioma aquan enquanto parecia gargalhar.
_ Vocês, criaturas da superfície, irão morrer agora. Eu irei devorara suas carcaças e lamber os seus ossos, preparem-se para o seu fim! – dizia o monstro no idioma das águas, enquanto Sairf traduzia cada palavra para seus companheiros. Sairf tentou dialogar com a criatura, tentando convencê-la a não atacá-los e perguntando qual seria o motivo de todas aquelas ameaças. A resposta foi dada na própria pele do mago. A enorme garra do monstro rasgou o peito do elementarista, enquanto ele ainda tentava negociar. O mago se afastou do monstro, e os heróis começaram a lutar por suas vidas.
Enquanto Sairf recuava, segurando o peito ferido, Legolas e Anix avançavam com seus arcos preparados para atacar. A flecha de Legolas passou sobre a cabeça do monstro, desviada pela pressão das águas, mas Anix, disparando corpo a corpo, conseguiu ferir o tórax da criatura. Lucano dava cobertura para os dois amigos, à distância, mas suas flechas nem chegavam próximas do alvo, tamanha era a força exercida pela água naquela profundidade.
Loand ergueu sua espada bastarda e avançou na direção do monstro. O estranho ser encarou o paladino, que começou a se contorcer e a segurar a cabeça como se alguma dor aguda o afligisse. Loand gritava desesperado, as bolhas de ar que saiam de sua boca cobriam seu rosto. Seus amigos pararam, assustados, tentando entender o que acontecia. Quando as bolhas de ar saíram da frente do rosto do paladino eles puderam entender. Loand, com os olhos amarelados e arregalados, atacou Anix com sua espada. A força do golpe foi tão grande que criou um pequeno redemoinho na água, enquanto o paladino rodopiava na frente do mago, após ter errado o golpe. De alguma forma, a criatura havia dominado a mente de Loand, e agora o servo de Khalmyr estava contra os heróis.
Incapacitado para lutar, Sairf não tinha outra coisa a fazer senão usar suas magias. O elementarista começou um ritual de invocação, enquanto Legolas e Anix alvejavam o monstro com suas flechas. Vendo seu companheiro ferido, Lucano usou seus poderes para curar os ferimentos de Sairf.
O monstro contra-atacou com grande violência. Suas três caudas se ataram ao corpo de Legolas e começaram a esmagá-lo enquanto o ser abissal rasgava o rosto do elfo com seus dentes. Legolas se debatia sentindo muita dor, Anix correu para ajudá-lo, mas as garras da criatura o impediram, deixando o mago com o corpo todo rasgado.
Como se não bastasse os terríveis ataques da criatura, Loand ainda atacava seus próprios amigos com sua espada. Lucano rolou seu corpo na água, desviando seu corpo da lâmina sagrada do paladino enfeitiçado. Sairf concluiu sua magia, conjurando um golfinho para ajudá-los. Tentou agarrar Loand, para impedi-lo de lutar contra seus próprios amigos, mas por pouco não teve sua cabeça cortada pela bastarda. Mesmo preso pela cauda da criatura, Legolas atacava com suas flechas, ajudado por Anix e Lucano. O monstro, com duas flechas cravadas em sua cabeça, esmagou o elfo com sua cauda e o atacou com todas as suas armas. As garras e as presas afiadas como sabres rasgaram todo o corpo de Legolas, deixando-o seriamente ferido. Loand voltou a atacar Anix, mas a confusão mental dentro do cérebro do paladino fez com que ele perdesse o equilíbrio e ficasse se debatendo na água.
Squall, que até então apenas observava atônito, aproveitou a chance para tentar nocautear Loand. Mas o paladino se recuperou rápido e Squall foi obrigado a desistir de sua tentativa ao sentir a lâmina fria cortando sua carne.
Enquanto segurava Legolas, o monstro não podia se mover com liberdade, e se tornou alvo fácil dos ataques dos heróis. Recebeu várias flechadas e várias mordidas do golfinho de Sairf. Então ele decidiu terminar com aquela batalha. Colocando toda a sua força na cauda, o monstro deixou Legolas quase sem fôlego. Atacou então com suas garras, deixando o arqueiro quase morto boiando na água. A criatura ainda arrancou um pedaço de Anix com sua mandíbula poderosa, obrigando o mago a recuar. Sairf puxou Legolas, afastando o corpo do elfo da criatura e o fez beber uma poção mágica de cura. Legolas despertou, muito fraco ainda e viu Squall tentando atingir Loand com o cabo da sua espada. Loand defendeu o golpe, e o feiticeiro foi obrigado a fugir, esquivando-se da lâmina do paladino.
Mal havia aberto os olhos, Legolas disparou mais uma flecha no monstro marinho, atingindo-o no peito. Anix disparou um míssil mágico no mesmo local atingido por Legolas e o monstro começou dar sinais de cansaço.
Lucano socorreu Squall, ferido por Loand, curando seus ferimentos. Enquanto ajudava o amigo, o clérigo foi atacado pelas costas pela criatura, sentindo os dentes e as garras penetrando em seu corpo. Ao mesmo tempo, o monstro também atacava Legolas com sua cauda e garra. Por pouco o elfo não foi agarrado novamente pelo inimigo, e ainda teve tempo de avisar Lucano para que o clérigo se desviasse da espada de Loand. A espada passou ao lado do corpo do servo de Glórien, criando uma pequena onda. Loand levantou sua arma e rasgou as costas de Sairf quando este passava ao seu lado. Mesmo ferido, o mago ainda teve forças para disparar um raio congelante no monstro. Entretanto, mesmo com o braço apoiado sobre o ombro de Legolas, Sairf não conseguiu atingir a criatura com o ataque mágico.
Squall recuou para se recuperar dos ferimentos feitos por seu companheiro. Tomou uma poção enquanto Legolas e Anix feriam a estranha criatura com suas flechas. Lucano também disparou mais uma flecha contra o monstro, mas ele já fugia, escondendo-se na escuridão do abismo.
O único inimigo em luta agora era Loand, ainda dominado pelos poderes sobrenaturais do monstro. O paladino correu na direção de Anix, com sua enorme espada na mão, passando entre Legolas e Lucano. Os dois atacaram o amigo, tentando impedi-lo de seguir os desejos do monstro. Loand recebeu uma flechada na nuca, e um forte soco no estômago, dado por Lucano. O paladino desmaiou para alivio de todos.
Sairf segurou o amigo em seus braços e retirou uma poção mágica de sua algibeira para trazê-lo de volta à consciência. Irritado, o mago gritava desafios em Aquan para o monstro que se ocultava na escuridão. Anis e Legolas entraram na caverna da criatura, esperando encontrar o tesouro que procuravam. Talin iluminava o ambiente para os dois, quando eles ouviram Sairf gritando em sofrimento. Legolas nadou para fora da caverna e viu Sairf sendo golpeado pela cauda do monstro, enquanto Lucano tentava defendê-los com sua espada. Legolas aproveitou que não havia sido notado pela criatura, sacou uma flecha e a disparou com toda sua confiança. O projétil atravessou as águas, indo se alojar no crânio do ser abissal, retirando-lhe a pouca vitalidade que restava. Sairf derramou o líquido mágico dentro da boca de Loand. O paladino recobrou os sentidos, sem se lembrar do que tinha acontecido, com a morte do monstro, o domínio mental havia se encerrado.

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