maio 26, 2005

Capítulo 36 - A batalha final (2)

Anix atendeu ao pedido de Legolas, concentrando seus feitiços de ataque no alvo das flechas do arqueiro. Enquanto um dos soldados era atacado por flechas e mísseis mágicos, o outro genasi confrontava os poderes de Lucano. A espada mágica invocada pelo clérigo girou no ar, desviando-se do mangual do genasi. A lâmina sagrada penetrou na carne do soldado, abrindo-lhe uma enorme ferida no ventre. Feridos, os soldados continuavam tentando atacar Batloc, que desviava cada golpe com seu machado mantendo-se sempre calmo e confiante. Squall e Lucano não tinham a mesma sorte, e sentiam na pele toda a força dos genasis. As bolas de ferro dos manguais atingiam com violência os corpos dos dois heróis. Squall, a beira da morte, se viu forçado a recuar. Enquanto Legolas lhe dava cobertura, o feiticeiro aliviou seus ferimentos ingerindo uma das infusões dadas por Enola dias atrás. Lucano por sua vez, quase perdeu a concentração ao ser atingido. O jovem clérigo controlava os movimentos da espada mágica que invocara, atacando os genasis a todo instante. O sacerdote élfico viu, então, um portal mágico se abrindo diante de seus olhos. Numa rápida olhada para trás, pode ver que Sairf terminava a magia que estava preparando. De dentro do portal, surgiu uma centopéia de tamanho quase igual ao de um homem. O animal monstruoso atacou as pernas de um dos homens de Teztal, enquanto Sairf tentava atingi-lo com um raio congelante. O homem se desviou do raio mágico, deixando que ele passasse ao seu lado. Voltou a atacar sem se importar com o ferimento na perna, como se ele não passasse de um simples arranhão.
Legolas continuava ajudando Batloc a se livrar dos inimigos que o cercavam. Um flecha perfurou o pescoço do inimigo à direita de Batloc. O soldado engasgou com o próprio sangue que começava a verter pelo ferimento. Batloc agradeceu ao amigo e aproveitou a distração do genasi para golpeá-lo com seu machado. A força do golpe abriu uma fenda no peito do soldado, e um grito de dor, sufocado pelo sangue na garganta, tomou conta da gruta.
Anix e Lucano estavam encurralados por um dos genasis. Lucano tentava manipular sua espada mágica com a mente, mas as dores sentidas pelo clérigo começavam a prejudicá-lo. Anix tomou a dianteira, dando cobertura ao amigo. Suas mãos brilharam e um raio de luz branca atingiu o rosto do genasi. Ofuscado, o inimigo rogava maldições em Anix, enquanto Lucano aproveitava a chance para se recompor. As mãos do clérigo se moveram como se ele regesse uma orquestra. Do outro lado da caverna, a espada espiritual repetia os movimentos com exatidão. A lâmina voadora encerrou sua trajetória no ventre do inimigo à esquerda de Batloc, e se afastou dele, toda ensangüentada, ao mesmo tempo em que Lucano encolhia seu braço direito. O alvo da espada atacou cegamente, dominado pela fúria e pela dor. Batloc curvou seu corpo para o lado, enquanto ainda retirava o machado do corpo de seu inimigo, desviando-se do ataque do mangual. O genasi em empurrou o machado para longe de seu corpo e lançou a bola de aço contra Batloc. Mas a dor do ferimento se mostrou mais forte do que a vontade do genasi. A esfera do mangual atingiu o peito de Batloc, já sem força alguma.
Irritados com a situação, os genasis dentro do navio descontaram sua raiva naqueles que estavam mais próximos. A centopéia invocada por Sairf teve parte de seu corpo esmagado por um dos soldados. Legolas perdeu o fôlego ao ser atingido no peito, ficando com a marca do mangual estampada em sua pele. Nem mesmo com Sairf e Squall dando cobertura com suas magias os genais interromperam seus ataques.
Era uma situação dramática. A gruta do cemitério dos navios estava coberta de sangue. Do lado dos genasis, somente aqueles que haviam sido atacados em massa estavam com ferimentos um pouco mais sérios. Do lado dos heróis, praticamente todos, incluindo o poderoso Batloc, estavam quase a beira da morte. Loand protegia os escravos que não sabiam lutar, impedindo que os genasis se aproximassem deles. Mas o jovem paladino temia pelas vidas de seus companheiros, e sabia que se aquela situação continuasse, teria que abandonar os homens indefesos para lutar contra os soldados. Loand pedia a Khalmyr que ajudasse seus companheiros a vencer aquela luta contra o mal. Quando tudo parecia perdido, as preces do paladino foram ouvidas.
A balança começou a pender para o lado dos heróis pelas mãos de Legolas. O tolloniense mirou seu ataque no flanco esquerdo de Batloc, ainda ofegante pelo ataque recebido. A flecha percorreu a câmara em linha reta, emitindo um som agudo enquanto cortava o ar. O projétil atingiu o coração do genasi que flanqueava Batloc pela esquerda. Seu corpo, já sem vida, foi ao chão entre gritos de comemoração e revolta. A queda de um dos inimigos deu entusiasmo ao grupo, e também começou a reduzir a confiança dos soldados de Teztal.
Anix aproveitou o momento de hesitação dos inimigos e lançou sua magia mais poderosa. Moveu seu braço, descrevendo um leque no ar. A trajetória de sua mão era acompanhada por chamas ardentes, saídas de seus dedos, que alcançavam quase quatro metros de comprimento. As chamas queimaram o corpo do genasi, deixando-o distraído e assustado. Lucano moveu as mãos, trazendo a espada para perto de si. Apontou o braço na direção do soldado em chamas, como se o golpeasse a distância. A espada espiritual passou ao lado de Anix e penetrou no tórax do soldado. O segundo inimigo tombou no convés do liberdade entre gritos de comemoração. Os genasis se calaram nesse momento. Mais um gesto do clérigo fez a espada subir rodopiando do corpo sem vida do soldado e flutuar em posição de ataque.

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