Os heróis caminhavam nas profundezas, entre estranhos peixes luminosos, vasculhando cada centímetro da fenda em busca do navio pirata. Após algum tempo, avistaram os destroços da nau no centro do abismo. O navio estava totalmente em pedaços. Apenas metade dele ainda continuava inteira, apesar dos enormes buracos no casco. A outra metade se espalhava pelo solo em milhares de pedaços, misturando-se à pedras e algas do local. O grupo se aproximou lentamente da embarcação, os dois piratas iam à frente, enquanto Legolas iluminava o local com o bastão solar. A luz do bastão refletiu em dois enormes olhos amarelados, dentro do casco do navio. De lá de dentro, um enorme leão marinho surgiu, rugindo e avançando sobre os heróis.
Rapidamente, Legolas lançou o bastão luminoso no chão, próximo do inimigo, e disparou uma de suas flechas nele. Para sua infelicidade, a água gelada do mar desviou a trajetória de sua flecha, fazendo-o errar o alvo. Os dois piratas sacaram seus sabres, e investiram contra o animal. Seus sabres apenas resvalaram na pele espessa da fera, que revidou mordendo o ombro de um dos marujos. O pirata começou a sangrar muito, demonstrando toda a força das mandíbulas do monstro. Anix gritou para que os dois recuassem, pois, caso fossem mortos, mais ninguém poderia reconhecer o tesouro roubado dos sahuagins. Mas o aviso do elfo chegou tarde demais, e, enquanto Lucano e Sairf se concentravam na realização de magias, o leão atacou com toda sua fúria. Talin, um dos piratas, conseguiu escapar por pouco das garras do leão, seu amigo não teve a mesma sorte e teve sua garganta rasgada pelo animal. Loand tentou socorrê-lo, mas já era tarde. O paladino atacou com sua espada então, mas a criatura defendeu o golpe com suas poderosas unhas e contra-atacou, mordendo o ventre de Loand.
O paladino sangrava muito, mas não recuou um milímetro sequer. Sua coragem inabalável, graça concedida pelo deus da justiça, o impedia de se dar por vencido. Anix tentou enfeitiçar o leão marinho, e enquanto distraía o animal, Legolas se aproximou e atirou uma nova flecha. Mas o monstro também não se dava por vencido. Sua força de vontade foi maior que o poder mágico de Anix, e sua pele mais forte que a flecha lançada por Legolas. O monstro rugiu para os dois elfos, enquanto Talin fugia apavorado.
Simultaneamente, dois grandes tubarões surgiram magicamente, invocados por Sairf e Lucano. Os animais atacaram o leão, seguindo as ordens de seus mestres, enquanto Lucano tentava, sem resultados, alvejar o animal com seu arco. O clérigo errou seu ataque, mas os selakos não. A batalha dos animais, disputada dentada a dentada, era desfavorável para o leão marinho. Percebendo isso, Sairf se concentrou e começou a convocar mais reforços. Além dos tubarões, Loand atacava com toda sua força. Durante alguns instantes, a luta se manteve equilibrada. Nem Loand, nem os tubarões, nem o leão conseguiam ferir uns aos outros. A balança começou a pender para o lado dos heróis quando Legolas e Anix cercaram o leão marinho pelos flancos, disparando seus arcos à queima roupa. Era impossível desviar daqueles ataques, o leão foi ferido e começou a sangrar, atiçando ainda mais a fúria dos selakos sobre ele.
Talin recolheu o bastão solar do chão para iluminar o ambiente para os combatentes, enquanto Squall e Lucano lhe protegiam.
Sairf conjurou um terceiro tubarão, que se juntou aos outros dois para devorar o leão marinho. Os três selakos atacaram conjuntamente, arrancando pedaços do pescoço e do focinho do leão, enquanto Sairf começava um novo ritual de invocação.
O leão rebateu novamente a espada de Loand, e despedaçou o corpo do tubarão convocado por lucano com suas garras. Tentou morder Legolas, mas o elfo era muito mais rápido e se livrou das presas do animal defendendo-se com seu arco.
Anix fez um movimento com os braços, como se usasse um arco para mirar no inimigo. Murmurou um feitiço com todo o cuidado para que a boca cheia de água não prejudicasse a conjuração. O mago disparou uma flecha luminosa que atingiu as costelas do leão e começou a queimá-lo como se fosse corrosiva. Enquanto o animal rugia de dor, devido à flecha ácida, Legolas e Lucano o atacaram com seus arcos. O arqueiro atingiu o lombo escamoso da fera. Lucano, entretanto, só conseguiu atingir as costas de seu amigo Loand. Porém, nem mesmo o fogo amigo atrapalhou a vitória dos heróis. Os selakos atacaram, reforçados por um novo tubarão invocado por Sairf, e, em poucos minutos, despedaçaram o inimigo.
Enquanto os tubarões devoravam a carcaça do leão marinho, os heróis entraram no que havia sobrado do casco do navio pirata. Procuraram pela arca que, segundo Talin, continha o tesouro roubado dos sahuagins. Não encontraram nada, além de umas poucas moedas de ouro, guardadas por Sairf. Vasculharam tudo ao redor dos destroços do navio e encontraram marcas de algum objeto grande que fora arrastado sobre a areia para fora do alcance da visão dos heróis. Eles decidiram seguir a trilha, na esperança de que o objeto arrastado fosse o baú com o tesouro.
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