novembro 03, 2005

Capítulo 126 - Lembranças do mundo dos mortos

Nailo terminou de comer e se levantou sem falar nada. Sam reclamava de fome e tentava convencer seus amigos a seguir o exemplo do ranger e parar para o almoço. Já passava das duas da tarde, sem que ninguém soubesse disso, e todos estavam famintos e cansados. Enquanto todos discutiam o que fazer, Nailo se afastou lentamente.
_ Aonde você vai Nailo? – perguntou Nevan, apreensivo.
_ Eu vou lá em cima procurar minhas coisas! Tenho que encontrar minha mochila! – respondeu Nailo.
_ Está louco? Vai lá em cima sozinho? Aquele lugar está cheio de trogloditas! – argumentou Nevan.
_ Eu sei disso, mas preciso encontrar minha mochila e a do Sam! – Nailo parou e se virou para falar com o guerreiro.
_ Deixe isso para lá! Você só irá se arriscar à toa indo lá sozinho! Além do mais, nós só descemos aqui para procurar a chave daquela porta de ferro! Assim que nós a encontrarmos, subiremos todos juntos para procurar suas coisas! – Nevan tentava convencer o amigo a desistir daquela idéia arriscada.
_ Mas eu preciso ir lá agora! – Nailo estava irredutível.
_ Por que? – Nevan se esforçava para entender as razões de seu companheiro.
_ Tenho que encontrar a maçã que nós ganhamos de Allihanna! Ela estava nas coisas do Sam, e agora está com aqueles trogloditas nojentos! – a voz de Nailo tinha veio carregada de preocupação.
_ Falando nisso Sam. Onde você colocou a maçã quando o Nailo a entregou pra você? – perguntou Anix ao bardo.
_ Maçã? Que maçã? – Sam parecia confuso.
_ Oras! Como assim que maçã? A maçã de Allihanna Sam! – respondeu Anix, já irritado com o esquecimento do amigo.
_ Ah! Sim, agora me lembro, uma maçã dourada, eu lembro dela. Ela estava na minha mochila! – sorriu Sam.
Todos estranharam a resposta do bardo, pois a maçã que haviam recebido da deusa da natureza era vermelha como um rubi. A que maçã vermelha poderia estar se referindo Sam? Os olhares se voltaram para o bardo. Todos começaram a interrogá-lo e, pouco a pouco, Sam foi se lembrando do que aconteceu e contando aos seus amigos.
_ Quando eu atravessei o portal de luz que brilhava no final do túnel escuro, eu me lembro de ter chegado a um lugar cheio de árvores. Havia animais por todos os lados, borboletas voavam ao redor de minha cabeça, enquanto os pássaros cantavam melodias suaves e agradáveis. Lembro de ter visto uma maçã dourada à minha frente. Eu me senti atraído por aquele fruto e andei até sua direção. Quando eu a toquei, um brilho ofuscante me envolveu. Quando abri os olhos, vi um pequeno cervo na minha frente. Ele me disse que minha hora ainda não havia chegado, e que ela iria me livrar daquele mal. Então o bichinho se transformou numa forma estranha, parecia uma mistura de vários animais. Ela veio até mim e me beijou a testa. Depois disso, tudo que me lembro é de acordar e ver esse maluco do Legolas me esbofeteando!
Estava tudo claro agora. Sam havia de fato partido do mundo dos vivos, mas graças a Allihanna ele estava de volta. A maçã mágica que estava de posse do bardo, permitiu que ele pudesse fazer contato com a deusa e receber uma segunda chance. Como Allihanna havia prometido, a maçã fora capaz de desfazer qualquer mal, inclusive a morte, e trazer Sam de volta à vida.
_ Desculpem amigos, mas parece que eu já gastei a maçã! – sorriu Sam, coçando a cabeça, encabulado.
_ O que importa é que você está vivo! – responderam os outros.
_ Viu só Nailo? Agora já não há mais motivo para tanto desespero. Vamos procurar a tal chave e depois subiremos para procurar suas coisas todos juntos. Afinal de contas, nós teremos que subir de qualquer maneira para atravessar aquela porta de ferro! – concluiu Nevan.
Nailo finalmente aceitou a sugestão do guerreiro e decidiu não se separar do grupo. Juntamente com Squall, começou a explorar o túnel que seguia paralelo ao riacho, enquanto os outros saltavam sobre a correnteza, após o incidente com Legolas.

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