novembro 18, 2005

Capítulo 143 - Boneco assassino

Momentos antes, Legolas havia saído para investigar as outras salas, enquanto Anix caia inocentemente nas garras de Idalla. Seu coração doía por saber que sua noiva ainda estava em outro lugar, perdida e desamparada. Legolas se sentou sobre a mureta do poço, segurando as lágrimas e meditou por alguns instantes. Quando não agüentou mais a ansiedade, abriu a porta que estava à sua frente. Lá dentro, havia restos do que antigamente foram móveis. Pedaços de cadeiras e de uma mesa destruídos e profanados pelos orcs se espalhavam pelo piso. Legolas revirou a sala em busca de uma passagem secreta ou de uma pista que o levasse até sua amada. Só o que encontrou foi uma bela taça de ouro, ornamentada com pequenos rubis, que pertencera ao império de Durgedin. Legolas guardou o tesouro em sua mochila, aqueles objetos recolhidos seriam úteis no futuro para pagar a recuperação do grupo e os estragos causados pelos orcs na vila, e seguiu para a porta ao lado. Na outra sala, somente os cadáveres despidos e retalhados de um bando de orcs, mortos na batalha contra Durgedin e seu clã.
Sairf passou pelo salão, indo em direção ao corredor. Legolas o seguiu pois sabia que sozinho aquele mago poderia arranjar problemas. Pouco depois chegaram Nailo e Sam para ajudar. Sairf entrou na sala já visitada por Nailo e viu os corpos do humano e do duergar. Na porta em frente, os outros três se reuniram. Nailo soltou todo o peso de seu pé na porta, rompendo o trinco enferrujado e abrindo-a. Os três entraram em uma sala quadrada de nove metros de lado. Fileiras de suportes de armas vazios e dezenas de estantes para armaduras, também vazias, distribuíam-se por todo o lugar, indicando tratar-se de um arsenal há muito saqueado. Alguns escombros recobriam o assoalho - pedaços da laje, estantes destruídas, manequins de armas destroçados. Legolas e Nailo caminharam lentamente pelo salão, observando cada canto, cada estante, cada suporte, cada manequim. Legolas foi surpreendido ao passar ao lado de um manequim de madeira, construído para se fazer reparos em armaduras. O manequim ergueu sua mão de carvalho acima da cabeça de Legolas e o bateu com força.
Nailo correu para ajudar o amigo, tirando uma lasca do boneco com sua espada. Legolas guardou o arco e pegou sua espada, atacando o ponto atingido por Nailo. Sam entrou na sala e tocou sua melodia para inspirar os dois heróis que combatiam fervorosamente. Sairf correu e deu o alarme para seus companheiros.
Nailo sacou sua espada curta e atacou com todas as armas o boneco. Ao lado dele, Legolas atacava com igual vontade. O manequim recebeu vários golpes, mas a dureza de seu corpo o resguardava dos ferimentos de seus oponentes.
Contra-atacou Nailo, golpeando-o no pescoço. O ranger recuou com a força do manequim, mas Sairf chegou para auxiliá-lo. O mago evocou uma de suas magias e transformou o solo abaixo do boneco numa área traiçoeira e escorregadia. O boneco caiu no chão, escorregando na gosma sob seus pés, dando oportunidade para Nailo e Legolas atacarem. Os dois arrancaram pedaços do boneco com suas espadas, uma mão inclusive, quando os outros finalmente chegaram para ajudar. Lucano disparou uma flecha no estranho inimigo, mas quase feriu Legolas com ela. O manequim começou a se levantar lentamente para atacar os heróis e, mesmo sem uma das mãos, parecia não sentir qualquer dor ou cansaço. Todos ficaram boquiabertos e admirados com a resistência da criatura, mas Squall pôs um fim à suas existência. Da porta de entrada, o feiticeiro disparou uma rajada energética no alvo. Seus poderosos mísseis mágicos explodiram a cabeça da criatura de madeira, eliminando mais uma ameaça.
Ao mesmo tempo, longe dali na biblioteca, Anix revirava o quarto em busca de alguma pista sobre o paradeiro ou a real origem de Idalla. Mas nada encontrou. Da mesma forma, o restante do grupo buscava por pistas dentro da sala de armas, mas nada foi encontrado. Todos sabiam que deviam encontrar um corredor secreto, mas não sabiam, ou não lembravam, onde procurá-lo. Restavam ainda algumas salas para investigar, então, a esperança de salvar Liodriel ainda estava viva.

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