novembro 14, 2005

Capítulo 139 - Câmara secreta

Todos respiraram alguns instantes e adentraram nas quatro salas para investigar. Numa delas havia somente entulho acumulado que se desprendera das paredes e do teto ao longo dos anos. O lugar de onde os esqueletos haviam saído tinha várias camas empilhadas num canto e queimadas. Parecia ser um alojamento anão destruído pelos orcs invasores. No cômodo invadido por Legolas não havia mais nada além dos dois cadáveres que o elfo havia espedaçado a pontapés. O aposento restante tinha restos de móveis, como cadeiras ou mesas, totalmente destruídos e quase irreconhecíveis. Nem sinal de Liodriel ou do caminho para encontrá-la. Nem sinal da outra mulher que chorava e pedia por ajuda. Já disposto a voltar, Sam recolheu sua maça do chão, sob o olhar vigilante de Nailo. Quando o elfo olhou para a marca deixada na parede pela arma, notou algo estranho.
_ Pessoal! Dêem uma olhada nessa parede! – disse Nailo se aproximando do fim do corredor.
Todos olharam para a parede, mas somente Anix foi capaz de perceber a quase imperceptível fenda que traçava um retângulo do tamanho de uma passagem na parede. Ao ouvir a descrição do que os amigos viam, Squall quis empurrar a parede de imediato. Anix discordou e, como não conseguiu convencer o irmão do contrário, retirou-se para continuar a exploração do outro lado.
Squall empurrou com todas as forças a parede, na esperança de abrir alguma passagem secreta. Entretanto, o feiticeiro estava debilitado devido ao confronto contra o estrangulador e não tinha força suficiente para tal tarefa.
Em seu lugar, Nevan começou a forçar a parede para frente, fazendo-a se mover. Uma área de setenta centímetros de largura e um metro e meio de altura avançou parede adentro cerca de uns dez centímetros. Então todos ouviram um som abafado de uma pancada. Pedras se chocando. Nevan continuou empurrando e a porta secreta começou a levantar do chão, girando em algum tipo de mecanismo na parte superior. A passagem finalmente se abriu, revelando uma câmara quadrada de três metros de lado, sem portas, sem janelas, e completamente vazia. Somente havia uma fina camada de poeira dentro do lugar, revelando que há muito tempo ele não era usado por ninguém.
Desconfiado, Squall começou a atirar pedras dentro da sala, obviamente esperando ativar alguma armadilha. Nada. As pedras não ativaram nenhum mecanismo, não despertaram nenhum perigo adormecido, nem abriram outra passagem secreta.
Enquanto Legolas e Sairf se distanciavam para acompanhar Anix para que ele não ficasse sozinho e corresse perigo, Lucano entrou, um pouco trêmulo, dentro da câmara. O lugar era baixo, arquitetura típica para anões, e muito escuro. Lucano vasculhou todas as paredes, o teto e o piso, mas não encontrou nada. Não havia nenhuma porta secreta que conduzisse adiante, nenhum compartimento secreto ou tesouro escondido. Parecia mais que o lugar servia apenas como um esconderijo secreto para os anões em caso de perigo. Mas se era um esconderijo, por que os anões haviam morrido em batalha ao invés de se esconder em segurança? Orgulho? Falta de oportunidade ou tempo? Lucano não sabia. Sem ter as respostas que martelavam em sua mente como as forjas dos anões, o clérigo retornou para o corredor, se juntou aos seus companheiros e todos correram para alcançar Anix e os demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário