novembro 14, 2005

Capítulo 138 - Anões esqueléticos

Já eram doze horas. Sam explicava a seus amigos que fantasmas, como aquele que eles haviam enfrentado, só podiam ser afetados por magia ou armas que contivessem poder mágico dentro de si. Nailo, sentado perto da porta por onde haviam chegado, comia e dava de comer a Relâmpago.
Os conhecimentos de Sam despertaram a dúvida em Lucano. Como ele saberia de tantos detalhes? Perguntava a si mesmo o clérigo. E quem, na verdade, seria Nevan? Com essas dúvidas na mente, e com a ameaça de grandes perigos desconhecidos, o clérigo usou sua magia de forma inesperada.
_ Por Glórien, eu ordeno! Que a cada palavra dita, toda a verdade seja revelada! – gritou Lucano, segurando seu símbolo sagrado no meio de seus amigos.
Com a conjuração da magia, todos ao redor de Lucano agora se encontravam dentro de uma zona da verdade. Nenhum deles poderia mentir sobre qualquer coisa que lhes fosse perguntada.
_ Nevan. Quem é você? E você Sam! Quem é você? – perguntou Lucano, desconfiado.
_ Oras, Lucano, eu sou o Nevan! – respondeu o guerreiro.
_ Meu amigo, por acaso está com febre? Eu sou Sam, o bardo! Lembra-se? – Sam respondeu com ironia.
Todos ficaram confusos com a desconfiança do clérigo. Mas também ficaram aliviados ao ter a confirmação de que os dois não estavam mentindo, nem eram inimigos disfarçados.
_ Bem meus amigos! Após esse breve interrogatório, iremos por qual lado? – perguntou Sam sorrindo.
_ Sam, você viu a cachoeira não é? Então nos diga você! Para qual lado devemos ir? Esquerda ou direita? – continuou Nevan.
_ Bem, a tal cachoeira ficava mais pra frente daqui, indo pela direita! – respondeu o bardo.
_ Bom, vamos pela direita então! – concluiu Nevan, já tomando o caminho certo junto com seus amigos.
Todos se levantaram e pegaram suas coisas. Um a um, caminharam em direção ao corredor indicado por Nevan. Sam deu dois passos e parou subitamente.
_ Esperem! Lembrei de uma coisa! Não podemos ir por ai ainda! – Sam parecia confuso.
_ Por que não Sam? Esse não é o caminho certo? Vamos embora então! – exclamou Legolas.
_ Eu sei meu amigo! Esse é o caminho que leva até sua amada! Mas não se esqueça de que existe outra bela dama em perigo aqui dentro! Lembre-se do sonho que tivemos. Temos que vasculhar tudo por aqui para salvar a pobre moça! Não podemos simplesmente tomar o caminho mais curto até Liodriel! Não podemos deixar a pobre moça entregue à própria sorte! – explicou Sam com um tom de voz preocupado.
_ Tem razão Sam! Vamos pela esquerda então, depois a gente volta pra cá! –Legolas, suspirando.
_ Certo! E não se esqueçam! Quem vai carregar essa outra bela dama no colo sou eu! – brincou Sam.
Sairf apagou sua vela e, guiado por Ho-oh, seguiu na frente do grupo. Havia quatro portas, duas de cada lado, antes do final do corredor. O mago parou diante das passagens para reacender sua vela, mas logo os outros chegaram com uma tocha para iluminar o corredor.
Eram quatro portas de madeira entre abertas. Sairf espreitou pelas frestas de duas portas e viu muito entulho à direita e alguns móveis à esquerda. Mais atrás, Legolas viu através das outras portas que havia madeira espalhada pelo chão da sala da esquerda e uma perna na da direita. Enquanto Sairf abria uma das portas, Legolas chutou outra, afoito, temendo que aquela perna fosse de sua amada. Não era. Tratava-se apenas do corpo de um anão, morto há muito tempo na guerra contra os orcs, já sem roupas ou pele. Ao seu lado havia outro cadáver nas mesmas condições. Legolas respirou aliviado, mas sua tranqüilidade durou pouco. Da última porta esquerda saltou o corpo esquelético de um anão armado de um machado de batalha e protegido por um escudo de metal e uma armadura de placas, já enferrujada. O anão morto-vivo avançou sobre Sairf e o golpeou com seu machado. A lâmina penetrou no ombro esquerdo do mago, tingindo-se de vermelho e abrindo um rasgo que descia até a altura do peito. Sairf gritou de dor, chamando a atenção de seus amigos para o perigo. Atrás do primeiro esqueleto saiu outro, de mesma aparência, que atacou e feriu a perna de Nevan.
_ Ai, moleque maldito! – gritou Nevan ao receber o golpe.
Logo após o ataque contra Nevan, mais quatro esqueletos surgiram de dentro da sala, avançando sobre os heróis. Impressionado com o que via, Legolas se lembrou dos dois corpos que havia encontrado e correu para destruí-los, antes que se levantassem também.
Nailo ordenou a Relâmpago que recuasse e se posicionou à frente de Anix. A espada longa do ranger atingiu a cabeça do esqueleto sem sequer arranhá-lo. Como os heróis já sabiam, espadas e outras lâminas não eram efetivas contra aquele tipo de inimigo. Nailo ficou assustado por não ter conseguido causar nada no adversário, mas Anix retribuiu a ajuda dada pelo ranger. Três luzes explodiram na face da criatura, destruindo-a. O esqueleto caiu no chão com o crânio destroçado, sob os pés de Nailo. O ranger girou sua espada no ar para cravá-la no que restava da cabeça da criatura e retirar o que lhe restava de pós-vida.
Squall seguiu o exemplo de seu irmão e atacou os monstros com seus mísseis mágicos. Ao seu lado, Nevan tentava se defender do monstro que lhe ferira, mas a ágil criatura conseguia se esquivar de cada espadada desferida pelo guerreiro. No fundo do corredor, Sam não tinha muitas formas de ajudar seus amigos. Sua magia poderia ferir seus companheiros devido ao espaço apertado em que se encontravam e flechas não fariam nada às caveiras dos anões. O bardo então segurou sua maça com a mão direita, mirou cada um dos adversários e atirou a arma no fundo do corredor. Os esqueletos conseguiram se desviar da arma, deixando que ela se chocasse contra a parede ao fundo, sem ferir ninguém.
Os esqueletos revidaram com fúria. Seus machados trocaram golpes com as espadas dos heróis de forma dramática. Sairf foi levado a nocaute e um dos monstros o arrastou para dentro de uma sala, logo após atirar seu machado na direção de Squall. Nailo conseguiu rebater o machado, salvando o feiticeiro, mas nada pode fazer por Sairf.
Os heróis continuaram lutando com bravura. Legolas avançou, matando um dos esqueletos. Sem a possibilidade de ferir Sairf, Sam usou seu alaúde e com uma explosão sonora, conseguiu destruir dois dos monstros de uma vez. Os mísseis mágicos de Anix e Squall tiravam pouco a pouco a vitalidade das criaturas para Nailo, Legolas, Lucano e Nevan os executassem com suas espadas.
Um dos esqueletos tentou derrubar Nailo, mas o ranger mostrou-se mais forte e derrubou o monstro sobre Sairf. O outro veio por cima dos dois seres caídos e atacou Nailo. Legolas tentou saltar sobre o amigo para chegar até o inimigo e atingi-lo com os pés durante a queda. Mas, a acrobacia era ousada demais, e Legolas se chocou contra o corpo de Nailo e caiu. Nesse instante, Lucano rastejava até Sairf e, sem que os inimigos percebessem, usou sua magia para curar o amigo.
Sairf despertou assustado, ao ver o esqueleto sobre seu corpo, tentando se levantar. O mago sacou sua adaga e tentou cravá-la no seu oponente. Infelizmente não conseguiu, mas seus amigos o ajudavam. O esqueleto em pé teve metade de seu corpo destruído pela espada de Nailo. O que sobrou dele foi explodido por Anix com uma magia. O último inimigo se levantou, saindo de cima de Sairf, mas não teve tempo de fazer nada. Squall, mesmo distante, disparou uma rajada energética no monstro, explodindo seu crânio e encerando o combate.

Nenhum comentário:

Postar um comentário