novembro 10, 2005

Capítulo 134 - Contra mágica

Enquanto isso, no andar superior, Sairf e seus amigos caminhavam pelo jardim luminoso, onde haviam enfrentado os Gricks anteriormente. Subitamente, o mago, que ia à frente, interrompeu sua marcha.
_ Acho que viemos aqui à toa! – exclamou Sairf.
_ Por que? – perguntaram os demais.
_ A chave da porta! Ela ficou com o Anix! – respondeu.
Sairf estava certo. De nada adiantaria eles avançarem mais, pois teriam que esperar pela chegada de Anix e Nailo. E o pior. Os dois estavam se aventurando sozinhos no andar de baixo. Se algo acontecesse com eles, a esperança de salvar Liodriel e Draco estaria perdida.
O grupo parou por alguns instantes para decidir o que fazer. Legolas olhava, curioso, para o anel que havia recebido do estrangulador. Como eles teriam que esperar os outros, ele resolveu aproveitar o tempo que tinham de forma útil.
_ Squall! Preciso de um favor! Use sua mágica e me diga se esse anel é mágico! – pediu Legolas.
O feiticeiro pegou o anel e lançou sobre ele uma magia de detecção. Squall sentiu uma aura mágica emanando do item, mas não foi capaz de reconhecer qual era a magia que estava incrustada nele. Sem outra opção, ele resolveu colocá-lo em seu dedo.
Ao colocar o anel, uma estranha sensação tomou conta de Squall. Sentia como se o anel tentasse sugar seus poderes mágicos, mas era uma sensação diferente daquela de quando fora atacado pelos stirges e pelos tentáculos do estrangulador. Intrigado com o que estava sentindo, Squall, após hesitar alguns instantes, resolver baixar a guarda e não resistir ao poder do anel.
Squall sentiu que uma de suas mais poderosas magias foi absorvida pelo item. Assustado e ao mesmo tempo irritado, o feiticeiro tentou recuperar a magia perdida, em vão. Squall tentou de todas as formas recuperar sua magia, ou ao menos tentar lançá-la a partir do anel. Mas nenhuma de suas tentativas surtiu efeito. Sem saber mais o que fazer, ele passou o item adiante.
Sairf pegou o anel e começou a analisá-lo. Em seu interior, Sairf conseguiu detectar pequenas inscrições em idioma dracônico. “Contra-ataque” , traduziu Sairf para seus amigos. O mago colocou o anel em seu dedo, mas nada aconteceu. Apontou-o para longe de seus amigos e gritou a palavra mágica inscrita no artefato. Nada. Lançou então uma magia de detecção mas também não conseguiu identificar a magia do item. Sabia apenas que era um tipo de magia usado pelos sacerdotes que estava incrustada no anel.
Lucano pegou então o item. Tentou de todas as formas ativá-lo, mas nada surtiu efeito. Com muito esforço, conseguiu descobrir que a magia do anel servia para transferir poder mágico de uma pessoa para outra. Era o que havia acontecido com Squall. Seu poder mágico havia passado para o anel. Mas como fariam para recuperar a magia drenada pelo anel ou como eles poderia ativar a magia dentro dele? Sem poder responder a essas perguntas, Lucano devolveu o anel para Legolas.
Legolas pegou de volta o seu anel, intrigado com tudo o que havia ocorrido. Desejava entender como aquela peça funcionava, mas não sabia como.
Foi então que a astúcia de Sam se fez valer. O bardo pegou emprestado o anel de Legolas e o colocou no dedo indicador direito. Sam caminhou, afastando-se dos demais, enquanto balbuciava algumas palavras consigo mesmo.
_ Contra-ataque....a bola de fogo de Squall...acho que sei o que isso aqui faz! – resmungava Sam, afastando-se.
Quando estava a uma distância de mais de dez metros do grupo, Sam se voltou para trás, sorridente.
_ Squall! Eu sei como o anel funciona! Ataque-me com uma bola de fogo! – gritou Sam, para espanto de todos.
O feiticeiro hesitou, mas, após a insistência de Sam, evocou a explosiva magia de fogo. A pequena esfera de enxofre foi atirada sobre o bardo e explodiu. Uma explosão violenta seguida de uma outra explosão semelhante. Todos ficaram atônitos ao ver o que aconteceu. A mão de Sam estava estendida para frente. Diante dela, havia duas esferas incandescentes, envoltas em chamas, tentando se repelir. Uma das esferas era a lançada por Squall. A outra, vinha de dentro do anel. As duas bolas de fogo se chocaram e disputaram forças até que, finalmente, As duas se dissiparam sem ferir Sam ou causar dano ao redor dele.
Sam retornou sorridente e jogou o anel de volta para Legolas. O arqueiro pegou seu item, olhou para ele com ar de desconfiado e saltou sobre Sam, agarrando-o pelo pescoço.
_ Sam seu idiota! Gastou minha bola de fogo! Devolve! – gritava Legolas enquanto estrangulava o bardo.
_ Sua bola de fogo? As MINHAS bolas de fogo você quer dizer! Gastei duas magias à toa! Eu é que deveria reclamar! – exclamou Squall, contrariado.
Sairf, Lucano e Nevan observavam, sorrindo, à disputa entre os três. Então, a pequena confusão foi interrompida. Um ruído surgiu atrás do grupo e colocou todos em posição de combate. Com suas armas nas mãos, todos respiraram aliviados, ao ver que quem chegava eram Anix e Nailo, sãos e salvos.

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