novembro 10, 2005

Capítulo 135 - Guardiões de bronze

Finalmente o grupo estava todo reunido novamente. Todos em bom estado e de posse da chave que abriria a porta para a salvação de Liodriel. Seguiram em fila pelo jardim iluminado pelas flores exóticas que ocupavam o pátio. Anix colocou a chave na abertura da fechadura e a girou com força. O som de engrenagens girando, alavancas se movendo e peças se encaixando dentro da porta foi ouvido por todos. Foi preciso dar oito voltas na chave antes que a porta finalmente se abrisse. Um ar carregado de poeira e mofo se desprendeu por entre as frestas enquanto a pesada porta era empurrada para dentro.
Anix penetrou por entre a porta e foi logo seguido de perto por seus companheiros. Após a porta havia uma pequena sala de não mais que três metros de lado, que se abria numa escadaria íngreme que ascendia nove metros até um salão.
Subiram os degraus cautelosamente, seguindo em duplas para evitar qualquer tipo de surpresa. Seus corações batiam ansiosos por descobrir o que viria a seguir. No final da escada, uma visão majestosa os deixou quase sem fôlego. A escada terminava numa maravilhosa câmara octogonal com algo em torno de dez metros de uma parede a outra. O assoalho era cuidadosamente incrustado com pequenas placas de pedra azul cobertas de poeira. As paredes eram construídas com esmero no mais belo mármore polido que já haviam visto. Duas grandes portas de carvalho, revestido de ferro brilhante, conduziam a noroeste e a nordeste. Diante das paredes norte, leste e oeste, haviam três magníficas estátuas moldadas em bronze, com quase três metros de altura cada e que ainda conservavam seu brilho. Representavam guerreiros anões armados para a batalha. A figura central ostentava em suas mãos dois belos machados de batalha, ricamente ornamentados. As duas laterais portavam cada uma um machado e um escudo tão grandioso quanto os machados. O teto da sala, quase dez metros distante do solo, tinha o formato de domo e era decorado com belíssimas pinturas de anões trabalhando em suas forjas.
Os heróis entraram, encantados com tanta beleza preservada mesmo após tantos anos, e se dirigiram para as duas portas. Era possível ouvir o tilintar fraco de martelos e bigornas em algum lugar distante.
_ Não cheguem perto das portas! Essas estátuas devem ser guardiãs deste lugar! – alertou Legolas aos seus companheiros com a lembrança da armadilha venenosa na qual havia caído ainda viva em sua memória.
Mesmo alertados por Legolas, os aventureiros precisavam passar por aquelas portas e seguir adiante se quisessem realmente chegar até a bela dama. Anix parou diante da porta da esquerda, e seu irmão Squall ocupou a que restava. Fitaram cada detalhe das portas, em busca de armadilhas ou entalhes ocultos. Para ajudá-los, Nailo usou uma magia para detectar armadilhas e concluiu que não havia nada para se preocupar. Talvez as estátuas estivessem ali apenas para dar as boas vindas aos visitantes. Quando finalmente se sentiu seguro, Squall segurou a alça da porta e a puxou.
A passagem se abriu, mas atrás dela havia apenas uma parede e um intrincado sistema de alavancas, engrenagens e ganchos começou a funcionar. As estátuas começaram a se mover rapidamente e desferiram golpes mortais na direção das portas. Squall foi atingido pelos dois machados. Seu corpo foi rasgado pelas lâminas como papel. Por pouco não foi o fim da carreira do feiticeiro. Anix teve mais sorte que seu irmão. O mago se abaixou no momento exato e sofreu apenas pequenos arranhões, nada preocupante.
A porta se fechou automaticamente e Squall se afastou, quase rastejando. Anix abriu a outra porta, imaginando que seria esta a saída correta. Mas ele estava enganado. Novamente os machados vieram em sua direção e ele foi forçado a se esquivar de maneira acrobática para não ver seu sangue espalhado pelo chão azul.
Havia agora duas opções. Ou aquela sala não tinha saídas, ou elas estavam ocultas. Pensando nisso, Legolas convocou seus companheiros a empurrarem as estátuas para procurar passagens secretas embaixo das mesmas. Todos, com exceção de Anix, se juntaram ao redor da figura da direita, e começaram a empurrá-la. Anix observava do local que julgava o mais seguro de todos. O mago subiu sobre a outra estátua, onde seu machado não poderia atingi-lo e ficou olhando o esforço dos amigos.
A estátua foi empurrada em todas as direções, mas sequer se moveu. Nevan tentou destruí-la com sua poderosa espada, mas não conseguiu. Apesar de oca e feita em bronze, havia um esqueleto de ferro maciço dentro da estátua, justamente o sistema que ativava o mecanismo da alavanca. Anix apelou para a magia, e abriu um buraco na carcaça da estátua com um raio ácido, sem no entanto conseguir enfraquecer sua estrutura.
Todos estavam cansados e confusos, já quase retornando pela escada, mas resolveram tentar uma vez mais empurrar o anão de bronze. Foi quando Nailo passou por trás da estátua para tomar posição e sentiu algo de estranho. Havia uma curiosa corrente de ar agitando seus cabelos. O ranger se virou para a parede, seguindo a brisa que lhe tocava delicadamente a face e viu que havia uma minúscula fresta, quase imperceptível, que formava um retângulo do tamanho de uma porta na parede. Guiado por seus instintos, Nailo empurrou a parede com força e ela se moveu.
A porta secreta foi se deslocando para trás, até bater em dois pinos de metal cravados no teto e no piso. Então a placa de mármore girou ficando perpendicular à passagem e abriu caminho para uma nova escada.
Anix permaneceu sobre a estátua, enquanto seus companheiros entravam, um a um, e subiam pela escadaria. Vários degraus acima, algo inusitado aconteceu. Sairf, que ia à frente do grupo, pisou num dos últimos degraus e disparou acidentalmente uma estranha armadilha.
_ Alerta! Alerta! Intrusos se aproximam! Intrusos chegando! – o grito ecoou por todo o lugar, parecendo ter saído do degrau da escada.
Terminaram a subida rapidamente, parando diante de uma nova porta decorada com a figura de um anão irritado. Se houvesse alguém atrás dela, com certeza já saberia da presença dos heróis. Sem ter mais porque esperar, Sairf abriu a porta e eles a atravessaram.

Um comentário:

  1. Anônimo8:43 AM

    Depois que eles atravesarão a porta o que ouve???
    Estou curioso!!!Vai vim mais anões para destruir eles???
    Começarei quando possivel ler todos os relatos dos jogos....
    Abraço e que a força esteja com você...

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