março 21, 2005

Capítulo 4 - O navio fantasma

Dois dias inteiros passaram-se desde a tempestade e o encontro com o pirata Selakos. Já era dia 29, um Lanag, e segundo o capitão, faltava menos de uma semana para chegarem a Ortenko. Toda a tripulação almoçava tranqüilamente, um cozido feito a base de peixe e farinha preparado por Tom, quando avistaram um navio aproximando-se lentamente pela proa.
O navio não tinha velas, seus mastros estavam parcialmente destruídos e não havia nenhum tripulante no convés. Provavelmente a tripulação havia sido tragada pela tempestade e o navio estava navegando a esmo, seguindo as correntes marítimas. Ávidos para encontrar algum tesouro perdido dentro do navio, os tripulantes do Lázarus arrearam as velas, lançaram âncora ao mar e esperaram que a embarcação misteriosa ficasse lado a lado com eles e o abordaram.
Legolas, Nailo e Loand, ajudados pelos demais marujos, amarraram o Lázarus ao outro navio subiram à bordo do mesmo. O navio estava aos destroços. Pedaços de madeira, pedra pano espalhados por todo o convés. Sob o olhar vigilante de Nailo e Loand, Legolas desceu para o porão da embarcação. Mal deu dois passos escada a baixo, o elfo foi surpreendido por vários pontos luminosos, de coloração rubra, movendo-se aos pares. Olhou com firmeza para distinguir o que sustentava aquelas pequenas esferas brilhantes e o medo tomou conta de seu ser. Eram esqueletos, dezenas deles, todos armados de espada e escudo, indo em sua direção, prontos para atacar. Legolas só teve tempo de recuar de volta ao convés, seguido de perto por pelo menos quinze esqueletos. Todos pareciam ter sido humanos em vida, e pelas armas e armaduras que usavam, pareciam ser todos guerreiros bem treinados e armados.
Os três aventureiros foram rapidamente cercados por várias das criaturas. Não havia muita opção, a não ser esquivar e defender os múltiplos ataques que recebiam. O capitão Arthur gritou para que voltassem ao Lázarus e liberassem o navio fantasma o mais rápido possível, pois eram muitas criaturas e suas espadas não surtiam efeito contra as mesmas.
Os três compreenderam a intenção do capitão, e procuraram seguí-la o mais depressa que conseguiam. Legoals, que combatia cerca de cinco esqueletos, correu e saltou para o convés do Lázarus, desviando-se das cimitarras afiadas de seus oponentes. Porém, o elfo foi seguido por alguns dos mortos-vivos, e o combate se deu na nau do capitão Arthur. Loand, que já estava próximo à lateral do navio, não teve dificuldades para retornar ao Lázarus. Entretanto, Nailo, junto com seu lobo, encontrava-se em situação pior, já que o número de criaturas que o cercavam era muito elevado. O jovem ranger continuou combatendo os esqueletos como podia e, para sua sorte, as criaturas começaram a atrapalharem a si mesmas devido à grande quantidade de lutadores num único espaço. Uma das caveiras caiu enquanto tentava atacar Nailo, que não desperdiçou a oportunidade e conseguiu, à muito custo, destruir um dos inimigos.
As amarras que os prendiam ao navio fantasma foram cortadas pelos marujos, enquanto eles combatiam os esqueletos que haviam invadido o convés do Lázarus. Nailo e seu lobo retornaram do navio fantasma, seguidos por algumas das criaturas. A nau fantasma foi se afastando lentamente, levada pelas correntes marítimas, enquanto as velas do Lázarus eram hasteadas e a âncora suspendida. Quase dez esqueletos haviam invadido o Lázarus, e uma batalha frenética teve início. Os heróis lutavam bravamente contra as criaturas, enquanto os marujos trabalhavam para por o navio em movimento e afastá-lo da nau amaldiçoada.
As criaturas levavam vantagem sobre os aventureiros, pois as espadas não eram capazes de ferir aquelas criaturas compostas exclusivamente de ossos. As únicas formas de ataque que pareciam surtir efeito eram as magias lançadas por Squall. O jovem feiticeiro estilhaçava os crânios dos oponentes utilizando projéteis mágicos que explodiam ao atingir os esqueletos. Do alto do cesto da gávea, Sairf tentou atacar com magia também. Entretanto, o mago da água e do gelo não podia fazer nada contra criaturas que não possuíam órgãos ou pele para serem congelados. Sentindo a gravidade da situação, o mago desceu ao convés para tentar uma nova abordagem. Já que a magia de gelo e as espadas não funcionavam, o melhor meio de se livrarem dos inimigos era atirá-los ao mar. Pensando desta forma, Sairf conjura à sua frente um disco mágico flutuante, que normalmente ele usaria para transportar objetos e o empurra na direção de um dos esqueletos na borda do navio, tentando jogá-lo para fora da nau. A criatura de ossos se mostra mais forte que o mago, como era de se supor. Sairf ainda recebe golpes dos outros inimigos quando passa próximos a estes, e seu familiar, que o ajudava na luta, cai inconsciente, vítima de um golpe certeiro de cimitarra.
Legolas e Nailo, tentam fazer o mesmo que seu companheiro, mas ao tentar jogar os inimigos para fora do Lázarus, são gravemente feridos. Com muito esforço, o arqueiro consegue jogar ao mar uma das caveiras e Nailo consegue destruir a outra com sua espada. Legolas, com uma tesoura voadora, consegue derrubar outro esqueleto guerreiro, que é massacrado no chão por Loand com sua espada bastarda. À distância, Squall e Anix davam cobertura aos companheiros com disparos mágicos, a única arma realmente efetiva contra aquelas criaturas.
O Lázarus, agora com as velas totalmente abertas, conseguiu finalmente se afastar do navio fantasma e do perigo. Os poucos esqueletos restantes no convés, cercados pelos guerreiros e pelos marinheiros, não tiveram chance de reação e foram destroçados, sobrando apenas fragmentos de ossos espalhados por toda a nau.

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