março 22, 2005

Capítulo 6 - Noite de surras

Com a chegada da noite, os outros escravos que trabalhavam na mina foram colocados na cela junto com os heróis. Sairf recobrou a consciência e Nailo foi acordado com um balde de água fria despejada sobre ele por um dos guardas da mina. Legolas e seus companheiros tentaram dialogar com os soldados. Fizeram várias perguntas sobre os motivos de estarem cativos, sobre Teztal, sobre o homem doente e o outro na solitária. Mas os feitores limitavam-se a responder que aqueles assuntos não eram da conta do grupo. Legolas passou as algemas por baixo de suas pernas e colocou as mãos para frente. Foi espancado por esse ato. Começaram a trocar insultos com os guardas e novamente foram espancados. Depois de cerca de meia hora, os vigias retornaram trazendo o jantar. Pães mofados e sujos, com gosto de terra foram atirados na cela, um para cada prisioneiro. Squall, decepcionado, esperava ingenuamente que o tal jantar fosse alguma refeição digna como uma bela macarronada. Se a situação não fosse tão trágica, todos teriam rido do feiticeiro. Lucano, faminto após um dia inteiro sem comer, começou a devorar o pão no chão, como um animal. Um dos soldados riu do clérigo e ordenou que os guardas soltassem as algemas dos heróis. Revoltados com tanta humilhação, os aventureiros iniciaram uma nova discussão com os soldados. Nailo, esfarelou seu pão na frente dos guardas em tom de desafio, sob os olhares preocupados dos outros escravos, que devoravam seus pães como se não comessem há dias.
Pouco depois, dois soldados arrastaram um barril para perto da cela, e com uma concha de madeira começaram a servir água aos prisioneiros que formaram uma grande fial para saciar a sede. Aparentemente, o único luxo ao qual os presos tinham direito era a água, que era servida em abundância a todos.
Durante a distribuição de água, Nailo novamente entrou em conflito com os soldados, ofendendo e desafiando-os. Os dois vigias entraram na cela para silenciarem o ranger, enquanto outros ficavam na porta bloqueando a passagem para fora. Legolas tentou fugir enquanto Nailo era espancado, seguido pelos seus companheiros.
_ Rebelião!!! – gritou um dos guardas que chutava Nailo.
Vários outros soldados entraram na jaula e espancaram todos os prisioneiros, inclusive os que estavam calados, acuados nos cantos com medo da situação. Nailo novamente foi a nocaute, e com todos os presos quietos, os soldados deixaram a cela e retomaram sua rotina normal.
_ Seu amigo gosta de criar confusão. Desse jeito ele não irá durar muito aqui. – comentou um elfo com Anix, enquanto segurava as costelas e gemia de dor.
Anix apresentou-se ao elfo e começou a dialogar com ele. Seu nome era Luor, um alfaiate de Altrin que fora capturado por piratas e vendido como escravo para Teztal. Juntamente com Loran, eram os únicos dois elfos da ilha até então. Luor contou aos recém chegados sobre a ilha e a vida de escravidão. Todos eram forçados a trabalhar minerando ouro prata e outros metais preciosos para Teztal, o líder da ilha. Teztal e seus asseclas se auto denominavam Genasis de Metal. Haviam Genasis de vários tipos, desde os de cobre, a mais baixa patente, até os de prata e ouro. Teztal era o único Genasi de Platina, e portanto o mais poderoso e o líder de todos os outros. Além de comprar escravos trazidos pelos piratas do mar negro, o Genasi de Platina afundava os navios que passassem perto da ilha com seus poderes que recebia do sol. Essas eram as duas maneiras como a maioria dos escravos haviam parado naquele lugar. Uma vez lá, era impossível fugir, pois, embora os cerca de sessenta escravos fossem em maior número que os cerca de quarenta Genasis, seus poderes eram inferiores aos dos captores. Isso além do fato de Teztal receber poderes solares e ser praticamente invencível por isso.
Luor também falou sobre o homem preso na solitária. Seu nome era Ycsar, um antigo Paladino de Khalmyr, que já perdera a fé e as esperanças após tanto tempo naquele lugar. Ycsar já se revoltara várias vezes contra os Genasis, mas nunca havia conseguido bons resultados em suas rebeliões. Assim, surra após surra, o servo da justiça foi perdendo sua força de vontade e a crença em seu deus.
O homem doente isolado na outra cela era Elesin. Após vários anos trabalhando como escravo, sua saúde foi ficando mais e mais debilitada, até que ele adoeceu de vez e se viu próximo da morte. Elesin havia sido escolhido pelo próprio Teztal para ser sacrificado pelo Genasi em homenagem ao deus sol. Segundo Luor, Teztal sacrificava uma pessoa a cada semana, informação que fez com que o grupo de Anix entrasse em desespero, ao lembrarem-se que haviam desafiado um dos guardas oferecendo-se para serem sacrificados.
Desesperados, para fugir, iniciaram uma nova discussão com um dos vigias que fazia ronda no local. Um novo alerta de rebelião foi dado, e Anix e seus amigos foram espancados até perderem a consciência.

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