março 30, 2005

Capítulo 9 - A visita de Teztal

Após livrarem-se dos corpos dos monstros, os heróis retornaram para a prisão na montanha. A moral dos escravos elevou-se ao ver os aventureiros retornarem dizendo ter matado os monstros. Guardaram os equipamentos no túnel e foram descansar.
No dia seguinte, Lanag dia 22, trabalharam na como se nada tivesse acontecido, tomando o cuidado de pouparem suas energias, caso elas fossem necessárias durante a noite.
Enquanto escavavam a montanha, os heróis aproveitavam para pegar para si algumas pepitas de ouro, sem que os guardas percebessem. Infelizmente, um dos soldados percebeu Nailo escondendo uma pepita em sua boca e o obrigou a devolvê-la sob chicotadas e gritos. Covardemente, o ranger, para não apanhar sozinho, delatou seus companheiros e todos foram obrigados a devolver o pouco de tesouro que tinham conseguido. A atitude covarde do elfo prejudicou seus amigos, mas ele foi o principal prejudicado, pois ficaria marcado pelo genasi como alguém que além de ser indisciplinado, não era uma pessoa de confiança.
Já no fim da manhã, um grupo de sete genasis de prata entrou na mina. Imponentes, os genasis prateados inspiravam temor por parte dos de cobre. O que parecia ser o líder, gesticulava e gritava com o chefe da guarda a cada irregularidade encontrada. O homem frio de pele prateada fez uma inspeção minuciosa da mina. Analisou a situação do moribundo Elesin, obrigou que Yczar fosse colocado para trabalhar com os demais escravos, e cobrou do anão Guiltespin que este encontrasse logo algo que Teztal estava esperando. Além de distribuir chicotadas em todos aqueles que trabalhavam em ritmo lento, ele exigiu que Batloc matasse os animais que pertenciam aos heróis e que os assasse e servisse no almoço dos genasis. Batloc obedeceu as ordens do seu superior e saiu da mina levando os animais consigo e pedindo aos heróis que confiassem nele.
Durante o dia, os aventureiros tentaram sem sucesso convencer Yczar a participar do plano de fuga, mas o paladino se mostrava inflexível a qualquer argumento. Seria necessário mais que meras palavras para fazer o outrora defensor da justiça voltar a ser a pessoa que era antes de ser escravizado.
Enquanto trabalhavam, os heróis eram constantemente observados por Guiltespin. O anão fitava-os nos olhos como se desejasse dizer alguma coisa. Nailo pediu para tomar água, afim de aproximar-se do anão e se comunicar com ele. Entretanto, a vigilância dos genasis tornava qualquer tentativa de contato com Guiltespin impossível. O ranger retornou ao seu posto de trabalho e poucos minutos depois, o anão foi tomar água no mesmo local que Nailo havia ido. Enquanto bebia, ele olhava para os aventureiros e apontava para o chão, perto do barril, tomando o cuidado de não ser notado pelos soldados. Ele retornou à sua mesa e continuou trabalhando na avaliação dos metais retirados da montanha. Anix esperou alguns instantes para não levantar suspeitas e foi até o barril. Lá o mago encontrou um pedaço de pergaminho enrolado, caído no chão perto da barrica de água e o pegou disfarçadamente. Depois, já de volta ao seu posto de trabalho, viu que era uma mensagem de Guiltespin, que dizia estar sabendo do plano de fuga e se propunha a ajudar no que fosse preciso.
Anix, responsável por transportar o carrinho de pedras para fora da mina, presenciou o trabalho dos escravos do lado de fora da montanha que decoravam a pirâmide de Teztal com os metais preciosos que eram retirados da mina.
Quando veio a noite, Batloc trouxe alívio aos corações dos jovens heróis ao dizer que havia soltado os seus companheiros animais e que tinha cozinhado outros tipos de criaturas para enganar o genasi de prata. Pouco a pouco, o paladino de cobre trouxe as ferramentas necessárias para os reparos no navio que serviria para transportar os escravos fugitivos.
Durante os quatro dias que se seguiram, o grupo de Legoals preocupou-se em conseguir as ferramentas para o conserto do navio, em repor suas energias e em pensar em como resolver os outros problemas que impediam as fugas. Durante esse tempo, a notícia do plano de fuga se espalhou pela mina, tornando aqueles que haviam eliminado as criaturas do cemitério de navios famosos entre os escravos. Os mineiros colaboravam roubando água aos poucos e entregando-a para Roryn e seus companheiros de cela abastecerem o navio da fuga. O grupo de heróis conversou com várias pessoas e ouviram várias histórias sobre a mina, sobre as tentativas mal sucedidas de fuga do passado, e sobre a suposta existência de fantasmas e monstros nos subterrâneos da ilha. De todas, a mais impressionante era a história sobre Vernt, um mineiro que supostamente havia encontrado uma criatura gigantesca dormindo sob a montanha.
O amanhecer do dia 27, o primeiro Valag que os heróis passariam por completo na ilha de Ortenko, começou com um fato novo para os aventureiros. Antes que o sol nascesse, todos os escravos foram reunidos no andar principal da mina, incluindo o anão Guiltespin que sempre ficava isolado dos demais prisioneiros. Todos foram agrupados no centro na caverna, formando várias filas que ocupavam todo o complexo.
Um grande número de genasis estava reunido no local, todos afoitos, ansiosos por algum evento.
Então, antes que o sol se mostrasse na entrada da caverna, o próprio Teztal entrou na mina para fazer uma inspeção de rotina no local.
Todos os escravos foram contados, sob o olhar vigilante do genasi de platina. Após a contagem, Teztal foi até a cela de Elesin, onde comunicou ao pobre moribundo que ele seria sacrificado em uma semana e que deveria escolher suas testemunhas. Os heróis se atreveram a pedir explicações ao líder dos genasis, que mostrava-se uma pessoa fria e calculista.
Indagado sobre os motivos de se sacrificar as pessoas, Teztal disse apenas que precisava do sangue dos escravos para concluir seu plano de dar vida à estátua esculpida sobre a pirâmide. Todos se espantaram ao saber que aquele colosso poderia se mover e causar ainda mais sofrimento pelo mundo caso os genais fosse bem sucedido em seus planos.
Teztal retirou-se da mina, com sua capa de puro algodão agitando-se ao vento, enquanto sua armadura, cravejada de jades, rubis e esmeraldas refletia os primeiros raios de sol que entravam na caverna.

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