março 31, 2005

Capítulo 12 - Missão no navio

A oportunidade veio já no dia seguinte. O dia 28, o segundo Aztag que os guerreiros passavam na ilha, iniciou-se com uma nova visita de Guncha, a genasi dourada ao local em que o grupo trabalhava. A bela mulher dourada começou a escolher os escravos que iriam lhe servir naquele dia, como havia feito da outra vez. Batloc estava presente e antes que os escravos fossem reunidos foi até a moça para oferecer-lhe um grupo de escravos recém chegados na ilha, que ainda estavam fortes e dispostos para trabalhar arduamente no navio, além de não terem as doenças que os mineiros mais antigos possuíam. Guncha aceito a sugestão do genasi paladino que rapidamente reuniu os heróis para irem ao navio da genasi como haviam planejado.
Atravessaram a ilha a pé, cercados pelos genasis de ouro e alguns de cobre, sem qualquer chance de tentar fugir ou lutar. No navio, Guncha escolheu as funções de cada um dos seus servos. Nailo e Legolas esfregariam suas costas durante o banho, enquanto Lucano e Anix se encarregariam de amaciar e perfumar a cama da dama de ouro. Squall ofereceu-se para limpar a cabine dizendo já estar familiarizado com o serviço. Guncha o reconheceu e permitiu que cumprisse a tarefa. Loand deveria preparar a comida, enquanto Sairf, azarado como sempre, ficou com a pior parte, teria que limpar todo o porão do navio.
Guncha adentrou no banheiro vestindo apenas um roupão transparente confeccionado em um tecido muito caro. O exuberante corpo da genasi de ouro deixou todos os heróis admirados e por alguns instantes eles esqueceram-se do real motivo de estarem naquele local. Ela advertiu a todos que se tentassem fazer algo contra ela, ela acabaria com todos com suas próprias mãos, além do fato de seus discípulos dourados estarem do lado de fora da cabine atentos a qualquer coisa suspeita. Legolas e Nailo começaram então a esfregar suavemente as costas da genasi. O dois elfos não resistiram à tentação e, aos poucos, foram percorrendo todas as curvas daquele corpo macio e belo com suas mãos. Mesmo que isso lhes custasse a vida, naquele momento mágico eles não se importavam com isso.
Enquanto isso, na cabine do navio, Anix e Lucano amaciavam a cama de Guncha e depositavam sobre a mesma várias essências aromáticas e pétalas de flores que estavam na cabeceira. Os dois aproveitaram que ninguém estava vigiando para vasculharem o armário que havia no recinto. Entretanto, lá dentro só o que encontraram foram roupas femininas. Era o guarda-roupas de Guncha, repleto de vestidos finos e caros, sapatos decorados com fitas e laços, tudo muito belo e luxuoso, provando que a genasi de ouro, além de poderosa, era muito vaidosa. Junto das roupas também se encontravam a armadura e as armas que ela usava, mas era muito arriscado pegar algum daqueles itens, pois certamente ela notaria a falta de qualquer peça de seu equipamento.
Squall, que já havia estado no local, sabia exatamente o que e onde procurar. Olhou na escrivaninha, onde havia vários papéis de transações de escravos negociados com os piratas do mar negro, incluindo Selakos, que os heróis já haviam tido o desprazer de conhecer. Squall guardou consigo o papel que mencionava o pirata de dentes afiados. Depois foi até o baú, onde tinha visto as flechas que Vernt queria. Lá dentro ele encontrou duas flechas azuis com as pontas prateadas, exatamente igual ao que descrevera o mineiro insano. Também estavam lá os mapas, a búsola e um astrolábio que o feiticeiro dispensou por ser grande e difícil de ocultar em seus modestos trajes. Squall ocultou em sua roupa as flechas, a búsola e os mapas. A missão no navio estava completa.
Sairf parecia ser o mais azarado de todos. Quando saíram de Malpetrim, muitos dias atrás, os heróis apostaram uma corrida até o navio do capitão Arthur. O perdedor teria que limpar o convés. Após sair na frente, Sairf tropeçou nas ruas da cidade e caiu de boca no chão. Chegou por último e teve que limpar o navio. Durante a viagem, sempre levava a pior nas batalhas que travaram. Passou grande parte da jornada desmaiado devido aos ferimentos que recebia. Havia recebido um poderoso golpe de picareta de um mineiro louco que quase o deixou desacordado novamente. E desta vez não tinha sido diferente. O pior dos serviços no navio ficara para ele, limpar o porão do navio. Entretanto, desta vez, o mago da água havia tido um pouco de sorte. Dentro do porão ele encontrou, estocados em várias prateleiras, um suprimento imenso de Gorad. O alimento doce e nutritivo, criado no reino de Hershey inicialmente como ração para viagens, era perfeito para alimentar os fugitivos durante a viagem de volta para o continente. Após saborear o delicioso quitute, Sairf escondeu dois pacotes de gorad em sua calça, num local onde nenhum genasi se atreveria a revistar. Também pegou algumas azeitonas que estavam em alguns barris que além das azeitonas continham azeite e água. Entretanto ele não conseguiu levar nenhuma das cordas que ali estavam, como era seu desejo, pois estas eram demasiado grandes e impossíveis de serem roubadas sem que ninguém notasse.
O azarado desta vez foi Loand. O paladino de Khalmyr não tinha habilidades culinárias e fez aquilo que estava ao alcance de seu conhecimento.
Quando Guncha saiu de seu banho foi direto até a cozinha provar seu almoço. Estava horrível. A comida preparada por Loand enfureceu a genasi que expulsou todos de seu navio a socos e pontapés. No final isso foi benéfico para o grupo, pois assim seria mais difícil que Guncha ou seus seguidores notassem que os heróis carregavam os objetos que haviam roubado do navio.
Com mais uma tarefa cumprida, eles retornaram para a montanha.

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